5 de dezembro de 2013

À beira mar.. um eu.

Para quê? ... 
num planeta ainda sem vida,
um espetáculo sem espectadores.

Jamais em repouso …
torturado era o mar pela energia
prodigiosa do Sol …
desperdiçada sem trégua, derramada no espaço.


Uma migalha apenas faz bramir o mar.
Na profundidade dos oceanos, as moléculas
repetiam-se em padrões codificados
e repetindo-se, repetindo-se sem fim,
moléculas complexas formaram.


Novas e outras iguais a si …
E uma dança original iniciaram.
Crescendo em tamanho, escolheram a via da
complexidade 


Eis, por fim, a vida, multidões de átomos,
ADN, proteínas …
Sempre, sempre embalando-se em estrutura complicada
Saídos já do berço-mar, agora

terrestres …
átomos que ponderam,


matéria observadora.
À beira-mar …
um Eu …


Pergunta e pergunta-se:

um universo de átomos …um átomo-ilha no universo


Richard Feynman

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