26 de fevereiro de 2014

In front of a wise book

Quem irá dizer sobre o que causa a dor no poeta? Os poetas e filósofos do passado, presente e creio que os do futuro também, compõem desde o primórdio da sua existência, o medo doentio de serem seduzidos pelos seus próprios sentidos. Ah, para superar isso, seria catastrófico dizer sobre a obrigatoriedade de por “algodões nos ouvidos” para poder fazer a alma brilhar (poetizar, filosofar). Uma superstição velha. Mais velha ainda, seria pensar, acreditar que toda música/canto vem das sereias. Na sutil sanidade, não mais os sentidos são temidos. E sim as idéias. Oh, querido Jace, essas seduzem muito facilmente. 



Enlouquecidamente até. Estaríamos quase tentados a perguntar a respeito de tudo o que ultrapassa o nosso horizonte. Nossas pequenas, grandes escalas são equivalentes aos nossos pequenos e grandes pensamentos. Necessitamos de uma interpretação que autorize o despropósito de nossa ingenuidade? Bom, isso seria improvável ao mundo dos tolos. Mas tente enxergar os dois lados, sempre. É mais trabalhoso, porém bem mais atrativo. Poderá chegar à conclusão por si mesmo.

Intrínseco dizer que, enquanto a epiderme dos corpos é exposta, as manifestações geradas na alma não poderão, jamais poderão ser vistas pela camada da pele que cobre a consciência do corpo.  Mas veja, a lei da hierarquia que há séculos pregam: A intelectualidade é um mandamento. Me desperta a ânsia de vômitos toda vez que vejo essa comparação repugnante. Seres egoístas, isso é o que eles são.  Uma vez que, salta mais vivamente dos olhos, saber que da mesma forma que os intelectuais do egoísmo são medíocres e que não passam de uma frustração ponderada à tolice, que tem uma repercussão estética, faz felizmente, o oposto dos poetas não intelectuais, que por sanidade banal, deixam a cadência lírica executar a arte de filosofar, como remédio da vida. O bálsamo que alivia no combate do sofrimento dos sofredores.

É necessário um olhar aguçado para discernir as relações da causa e efeito diante os fatos transcorridos. Talvez, devamos considerar tudo o que já foi desconsiderado a respeito da filosofia. Quem possuirá a audácia de desvendar o óbvio sem sentir  a necessidade irresistível de se inserir com letras maiúsculas, cômicas no firmamentos das idéias? A censura da consciência é frágil. As armadilhas já estão soltas. 




D.R
Eu sempre fujo!
Fujo do incerto
Isso é certo
Esses passos despertos 
Que vão conduzindo o corpo
Pelas estradas tão "fascinantes"
Em um mundo de caos
Alimentando a alma inquieta
De flores, borboletas, livros e muitos amores
O perigo mora ao lado do peito
Mas assim é o amor
Um sujeito sem jeito
Que canto há de cantar o indefinível?
Pois sou o vento da minha própria tempestade.

D.R