Quem irá dizer sobre o que causa a dor no poeta? Os poetas e
filósofos do passado, presente e creio que os do futuro também, compõem desde o
primórdio da sua existência, o medo doentio de serem seduzidos pelos seus
próprios sentidos. Ah, para superar isso, seria catastrófico dizer sobre a
obrigatoriedade de por “algodões nos ouvidos” para poder fazer a alma brilhar (poetizar,
filosofar). Uma superstição velha. Mais velha ainda, seria pensar, acreditar
que toda música/canto vem das sereias. Na sutil sanidade, não mais os sentidos são
temidos. E sim as idéias. Oh, querido Jace, essas seduzem muito facilmente.
Enlouquecidamente até.
Estaríamos quase tentados a perguntar a respeito de tudo o que ultrapassa o nosso
horizonte. Nossas pequenas, grandes escalas são equivalentes aos nossos
pequenos e grandes pensamentos. Necessitamos de uma interpretação que autorize
o despropósito de nossa ingenuidade? Bom, isso seria improvável ao mundo dos
tolos. Mas tente enxergar os dois lados, sempre. É mais trabalhoso, porém bem mais atrativo. Poderá
chegar à conclusão por si mesmo.
Intrínseco dizer que, enquanto a epiderme dos corpos é
exposta, as manifestações geradas na alma não poderão, jamais poderão ser vistas
pela camada da pele que cobre a consciência do corpo. Mas veja, a lei da hierarquia que há séculos
pregam: A intelectualidade é um mandamento. Me desperta a ânsia de vômitos toda
vez que vejo essa comparação repugnante. Seres egoístas, isso é o que eles
são. Uma vez que, salta mais vivamente
dos olhos, saber que da mesma forma que os intelectuais do egoísmo são
medíocres e que não passam de uma frustração ponderada à tolice, que tem uma
repercussão estética, faz felizmente, o oposto dos poetas não intelectuais, que
por sanidade banal, deixam a cadência lírica executar a arte de filosofar, como
remédio da vida. O bálsamo que alivia no combate do sofrimento dos sofredores.
É
necessário um olhar aguçado para discernir as relações da causa e efeito diante
os fatos transcorridos. Talvez, devamos considerar tudo o que já foi desconsiderado
a respeito da filosofia. Quem possuirá a audácia de desvendar o óbvio sem
sentir a necessidade irresistível de se
inserir com letras maiúsculas, cômicas no firmamentos das idéias? A censura da
consciência é frágil. As armadilhas já estão soltas.
D.R
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